Percurso de formação
A formação de um psicanalista não decorre de uma graduação, tampouco de um diploma. Obter uma graduação universitária é uma exigência da pólis para o exercício de uma profissão.
No que se refere à Psicanálise, por sua vez, seu exercício pressupõe uma formação na qual se situa, em primeiro lugar, como Freud apontou, a análise pessoal. Em seguida, vem a supervisão da prática clínica com um psicanalista e o estudo da teoria e da técnica psicanalíticas em uma instituição psicanalítica.
É no contexto de sua análise pessoal que o analisante, quando for o caso, colocará em questão seu desejo de ser psicanalista, até que uma autorização de si mesmo seja possível como ato, conseqüência lógica desta análise. Entretanto, Lacan acrescentou a este de si mesmo um adendo: e de alguns outros.
É neste ponto que situamos o lugar da instituição psicanalítica: espaço que acolhe a circulação dos analistas, comunidade analítica que testemunha os efeitos da análise pessoal e da formação de cada um, que pode reconhecer que há analista.
Portanto, ao tripé análise pessoal, supervisão e estudo teórico, Lacan agregou um quarto item:
A circulação ativa em uma instituição psicanalítica.
Por isso, uma instituição psicanalítica tem esta razão de ser: além de inscrever a Psicanálise na pólis e de abrigar a comunidade psicanalítica sustentando o discurso psicanalítico, dá lugar à formação de psicanalistas de acordo com um projeto e uma organização institucional.
São várias as instâncias de formação no interior da Associação Psicanalítica de Curitiba. A escolha e a participação nestas instâncias de formação dependem do percurso de cada um em sua relação com a psicanálise.
Lacan