O MANEJO DA TRANSFERÊNCIA PARA ALÉM DA INTERPRETAÇÃO
A interpretação para Freud e Lacan é concebida como um efeito da transferência que, por sua vez, não está associada ao saber do analista. Diante disso, é necessário compreender o manejo da transferência para além da interpretação, como nos apontou Freud (1912) ao ressaltar que a maior dificuldade para um jovem analista residia no manejo da transferência e não em sua interpretação. Da mesma forma, Lacan (1958) enfatizou que a direção da cura em uma análise está alicerçada no ato analítico enquanto função no manejo da transferência e isso implica que o analista “seja menos livre em sua estratégia do que em sua tática” (LACAN, 1958, p. 595). Desta forma, desvincular o manejo da transferência à interpretação convoca o retorno a alguns textos técnicos de Freud a partir de um corte epistêmico proposto por Lacan, isto é, – desde os seus conceitos inerentes à noção de Real e desejo – que o inconsciente também seja um efeito de transferência. Ou seja, o inconsciente freudiano está mais próximo de um não saber do que uma concepção meramente fenomenológica e interpretativa. Tais concepções propostas por Lacan impele a necessidade de uma releitura dos textos freudianos no que tange à transferência, pois afasta a concepção da função do analista como meramente interpretativa. Diante desta breve introdução ao tema proposto para trabalho, este grupo de estudos tem como objetivo questionar a concepção proposta por Lacan (1958, p. 595): “a verdadeira natureza da transferência”, a partir do retorno à concepção freudiana sobre a transferência e a interpretação.
Horário: Sexta feira 18h as 19:30h – Quinzenalmente
Investimento: R$100,00 mensal
Responsável: Marllon H. M. Andriola
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